Acusados do assassinato do ex-prefeito de Poção de Pedras (MA),
Raimundo Mota da Silva, conhecido por Borges, serão julgados pelo júri
popular, nesta segunda-feira (25), o advogado Cosme José Teixeira,
Rogério Furtado de Sousa e Valter Luiz Bastos Cantanhede, o Valtinho. O
crime ocorreu no dia 17 de setembro de 1992, no Conjunto Paranã, próximo
ao Maiobão (Paço do Lumiar). Na época, a vítima estava afastada do
cargo de prefeito por decisão judicial. Os réus foram denunciados por
sequestrar, assassinar a tiros de revólver, torturar e carbonizar a
vítima, além de ocultar o cadáver.
O julgamento está marcado para começar às 8h30, no salão de sessões do
2º Tribunal do Júri, localizado no primeiro andar do Fórum Des. Sarney
Costa (Calhau), e será presidido pelo juiz Gilberto de Moura Lima.
Atuarão na acusação o promotor de Justiça Gilberto Câmara França Júnior
e, na defesa, os advogados Adriano Wagner Araújo Cunha e João Bispo
Serejo Filho. O réu Cosme José Teixeira, que é advogado, fará sua
própria defesa.
Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia 17 de setembro de
1992, por volta das 15h30, Raimundo Mota da Silva encontrava-se em sua
residência, no Conjunto Vinhais, em São Luís, quando Rogério Furtado de
Sousa chegou alegando que iria levá-lo à presença de um "Desembargador"
que providenciaria o retorno de Borges ao cargo de prefeito de Poção de
Pedras. Conforme o órgão ministerial, os acusados Rogério Furtado, Cosme
José Teixeira e Valter Luiz Bastos sequestraram e assassinaram a vítima
por ordens de Francisco de Alencar Sampaio, conhecido por Chicão, e
Romão Bizarrias Vilarindo.
Consta nos autos que Borges e Chicão foram eleitos, respectivamente,
prefeito e vice-prefeito de Poção de Pedras, para o período de janeiro
de 1989 a dezembro 1992, sendo o prefeito afastado por diversas vezes
pela Câmara de Vereadores ou por decisão judicial e o cargo ocupado pelo
pelo seu vice. De acordo com a denúncia, quando fora assassinado,
Borges encontrava-se afastado do cargo e pretendia retornar, pois havia
ingressado com um pedido na Justiça.
A motivação do assassinato seria, conforme o Ministério Público, para
impedir o retorno de Raimundo Mota da Silva ao cargo de prefeito e
manter Francisco de Alencar Sampaio no cargo de modo definitivo e, por
consequência, também Romão Bizarrias Vilarindo como tesoureiro da
prefeitura e Cosme José Teixeira Maciel, na chefia de gabinete. Rogério
Furtado de Sousa que, mesmo não sendo funcionário do Município, recebia
gratificações pagas por Chicão. Na denúncia, o órgão ministerial afirma
que todos os acusados “se locupletavam e se beneficiavam do poder e do
dinheiro oriundo da Prefeitura Municipal de Poção de Pedras”.
Foram pronunciados pela Justiça Rogério Furtado de Sousa, Cosme José
Teixeira Maciel e Valter Luiz Bastos Cantanhede. Já o denunciado
Francisco de Alencar Sampaio teve extinta sua punibilidade, por
prescrição, no ano de 2012, quando estava com 72 anos de idade. Em 2013,
foi declarada extinta a punibilidade de Romão Bizarrias Vilarindo, por
morte do agente.
Núcleo de Comunicação do Fórum Des. Sarney Costa.
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